segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bonde do Mengão sem freio


O Flamengo é campeão da Taça Guanabara 2011.

E finalmente Ronaldinho mostrou a que veio de verdade, e diferente de situações anteriores, não pipocou em um jogo decisivo.
Ronaldinho vem impressionando dentro de campo mais pela vontade que vem jogando do que pela sua habilidade que conhecemos tanto. Talvez por que sabe que está em um time onde a torcida cobra isso. E longe dele querer contrariar a massa rubro-negra.
Mas onde R10 vem surpreendendo mesmo, é fora de campo, calando a boca de muitos (inclusive a minha). Ronaldinho está longe de polêmicas extra-campo desde que chegou ao Rio. Uma saidinha aqui e ali pra dar uma sambadinha, isso não é problema. Ronaldinho não falta treino, não chega atrasado, não sai mais cedo, não se acha melhor que ninguém e não se machuca, nem finge que se machuca.

O Flamengo não é um time sensacional. Mas é um bom time e dá sinais que vai melhorar. Os jogadores são aplicados e unidos. Ronaldinho e Thiago Neves dão o que falta para o resto do time: o poder de decisão.
E isso ficou bem claro no jogo contra o bem organizado Boa Vista.

1º tempo chato, morto, onde o Flamengo tinha muita posse de bola, mas, vamos combinar que Ronaldinho jogando de atacante de costas pra zaga é um grande desperdício de talento.
O Boa Vista chegou apenas uma vez no 1º tempo, numa bobeada de Maldonado. O Flamengo chegou num chute pra fora do Léo Moura e num cruzamento errado de Egídio que quase entrou. Foi só.

Veio o 2º tempo e Luxa botou Negueba e logo depois Diego Maurício. Melhorou, mas não era o suficiente para furar a retranca do Boa Vista. Thiago Neves sumiu no 2º tempo, mas como eu disse, tem poder de decisão. Sofreu uma falta na entrada da área, Ronaldinho pegou a bola e guardou no canto esquerdo de Thiago, lembrando seus bons momentos de Barcelona.
Era o que bastava pra torcida do Flamengo delirar e cantar o novo funk rubro-negro.

Depois de “É o Pet” e “Império do amor”, com vocês:

 “O bonde do Mengão sem freio”!

(fotos: Globo.com)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CBF e suas indecisões


E chega ao fim mais uma novela brasileira de grande sucesso: “1987, o Brasileiro que não acabou”. E após 24 anos, o Flamengo é reconhecido pela CBF o Campeão Brasileiro de 87 junto ao Sport.

Sério, quem liga pra esse reconhecimento da CBF? O Flamengo sempre foi o campeão daquele ano. Venceu no campo. Quem viu, nem discute. Quem não viu, fica inventando e, em cima do seu clubismo, vai contra seu rival.
Quem discorda diz que a CBF considera o Sport. HIPOCRISIA! Pois esses são os mesmos que dizem que é uma entidade sem credibilidade.
Se você torce pra um time grande então, não tem nada que falar, pois seu time assinou o título do Flamengo. Concorde ou não, seu time assina em baixo.

O São Paulo foi um dos que assinou, e agora, pisa em seu passado recebendo aquela Taça das Bolinhas. Não deveria ter aceitado, a Taça nunca foi dele. E agora? Vai ter que devolver? Que mico hein!

Aí o advogado do São Paulo vir na TV e falar que o SPFC não vai devolver a taça pois eles foram penta em 2007 e o Fla só foi agora depois do reconhecimento, chega a ser engraçado.

Mas engraçada mesmo é a CBF que dá a Taça das Bolinhas para o São Paulo em uma semana, e na seguinte, declara o Flamengo penta em 1987.

PIOR! No final do ano passado a CBF unificou os títulos da Taça Brasil e de Prata como Campeonatos Brasileiros. Então por que a Taça das Bolinhas não vai pro Palmeiras que, com a unificação, teria sido penta em 1972?

A CBF se contradiz muito nas suas decisões. Decide A num dia e no outro decide B, sendo que B interfere no A e de um dia pro outro decide C e complica mais ainda.

E assim, ela vai perdendo cada vez mais a sua credibilidade (se é que ainda tem alguma) e tornando a organização do futebol brasileiro uma piada.

De muito mal gosto.

(fotos: Globo.com)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ponte-Aérea RJ-SP





Em um fim de semana de clássicos no RJ com Flamengo x Botafogo e em SP com Corinthians x Santos, tivemos duas situações distintas.
Vamos começar pelo clássico paulista.

Corinthians e Santos entraram em campo sob olhares de Ronaldo, que antes do jogo deu volta olimpica, recebeu placa, camisas, faixas, bandeirão, falou no microfone... enfim recebeu todas as homenagens possíveis. Quase todas. Faltava o Corinthians jogar bem e ganhar do clube que sofreu com o melhor jogo do Fenômeno, em 2009, pela final do Campeonato Paulista.

E parece que todos os jogadores do Timão encorporaram Ronaldo em campo. O time começou muito bem e envolveu o time do Santos nos primeiros minutos. Até os 20 minutos do primeiro tempo só deu Corinthians, mas a melhor chance do jogo foi do Peixe, em cabeçada de Durval.
Mas aos 23 minutos, em rara felicidade em cobrança de falta, Fábio Santos marcou um golaço. 1 a 0.

A partir dos 30 minutos, o Santos melhora e Elano começa a aparecer mais no jogo. E foi ele mesmo que empatou o marcador aos 41. Tabelou com a canela de Jucilei e bateu forte de direita, um golaço no ângulo de Julio César que pulou só pra aparecer na foto.

O segundo tempo começa e o Santos volta melhor. Julio César faz grande defesa em chute de Elano aos 5 minutos.
Mas aos poucos o Corinthians vai retomando o controle do jogo. Linda jogada de Dentinho e penalty claro. Fábio Santos foi pra cobrança, embalado pelo primeiro gol, e converteu. 2x1.

E o resto do jogo foi simples. O Santos tinha a posse de bola mas nada fazia e o Corinthians buscava contra-ataques. Percebeu que eu não citei o nome do Neymar? Pois é, a atuação dele foi discreta, caiu muito, levou um chapéu do Ralf, caiu de novo, caiu mais e pouco fez. Ainda mostra cansaço por causa dos jogos da Sub-20 no Peru. Tem créditos.

Ralf jogou muito. Além do chapéu em Neymar, ele roubou a bola de Diogo no fim do jogo e enfiou para Liédson, que correu, e marcou um golaço de cobertura. Lembrando Ronaldo na final do Paulistão de 2009 (o tal jogo que falei lá no ínício do post).

Caixão fechado. Fim de jogo. Corinthians 3 x 1 Santos.
Pegando a ponte-aérea, vamos sair da Terra da Garoa, São Paulo e vamos para a Terra do Samba, Rio de Janeiro. 

Belíssimo clássico no Engenhão. O clássico que inclusive, vem sendo o maior do Rio desde 2007, proporcionando aos torcedores e apaixonados por futebol, belos jogos e como diz Galvão: "testes pra cardíacos"!
No primeiro tempo, o Flamengo foi superior e merecia estar vencendo nos primeiros 45 minutos. 1 a 0 gol de Ronaldo Angelim, que desviou de cabeça a bola cruzada por Thiago Neves.

Thiago Neves que diferente de Ronaldinho, vem atendendo às expectativas de todos. R10 até está jogando bem, mas vamos combinar que ele pode muito mais e deveria estar jogando muuuuito mais num campeonato onde há jogos contra times como América e Cabofriense.

Mas vamos ao segundo tempo. Joel mexeu muito bem no time (como quase sempre!) e o Botafogo equilibra o jogo, o que melhorou 100% a partida. Gol no cantinho de El Loco no começo do segundo tempo. 1 a 1. Defesaças de Jefferson em chute de Ronaldinho e em cabeçada de Thiago Neves, difícil escolher a mais bonita. Felipe defendeu cabeçada de Loco Abreu. Uma bola do Everton só não entrou por detalhe. E assim o jogo se encaminhou para os pênaltis.

Muito se esperava de Jefferson (melhor goleiro do Brasil em 2011), mas quem fez o seu foi Felipe. Pegou dois e assistiu Renato Cajá desperdiçar o terceiro. Flamengo na final.

Na final vai pegar o Boavista que eliminou o Fluminense. Domingo o Engenhão estará 95% rubro-negro, 3% azul (cores das cadeiras do estádio) e 2% composto por torcedores de outros times, incluindo do Boavista. Maaaaaaasss, não será fácil. O Boavista não está na final por acaso, não tem nada a perder e tem muito a ganhar.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O futebol perdeu um pouco da sua graça...

No dia 3 de Junho de 2002 minha vida começou a se cruzar com o esporte mais popular do planeta, o futebol. Eu, com apenas 9 anos, nunca tinha me interessado muito pelo esporte e não parava para ver jogos com meu pai ou algo assim. Mas nesta data foi diferente. Todos os moradores do meu prédio se reuniram no salão de festas do condomínio para assistir à estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Japão/Coréia. Lembro pouco do jogo, mas muito bem de um certo jogador carequinha que marcou o primeiro gol do Brasil e comemorou correndo balançando o dedinho. Achei o máximo.

E foi assim durante todo o resto da Copa: todos lá pra frente da tv, jogo do Brasil e gol do carequinha. Até a final. E que final! Esse jogo já me lembro bem, dois gols de Ronaldo. O Fenômeno, como vi Galvão o chamando na tv.


Depois disso, entrei em escolinhas de futebol, e passei a assistir jogos com meu pai com bastante frequência. Nas peladas com meus amigos, eu sempre gostava de falar que era o Ronaldo. Quando marcava meus raros gols, balançava o dedinho e botava os dentinhos pra fora, assim como ele!

Ronaldo me fez aprender a gostar de futebol! Creio que aprendi da melhor forma possível: vendo o Fenômeno jogar.
E iluminado foi o primeiro a chamá-lo de FENÔMENO!
Acho que poucas vezes um apelido se encaixou tão bem a uma pessoa.

Ronaldo, o maior artilheiro da história das Copas, também foi três vezes escolhido o melhor jogador do planeta, vencedor de inúmeros campeonatos pelos seus clubes: Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan e Corinthians. Além da Seleção Brasileira.

Além disso, é um exemplo de superação. Deu a volta por cima várias vezes. Seja depois das variadas lesões que o assombraram durante sua carreira, ou então depois de algumas polêmicas que acompanham todo jogador com essa visibilidade.

Semana passada, aos 34 anos, Ronaldo resolveu dar fim a sua carreira. Que sinceramente, é a carreira mais bonita que um jogador de futebol poderia ter. Não há lugar no mundo em que quando se fala de Seleção Brasileira, não se lembre dele. E agora não será diferente.

Eu por exemplo, nunca esquecerei do jogador que me fez apaixonar por futebol. E direi para os meus filhos que tive a oportunidade de ver em atividade, o melhor atacante da história.

O maior jogador que vi jogar. Se não for o melhor de todos.

O futebol perdeu um pouco da sua graça.